Firmeza nas negociações

Os trabalhadores deixaram bem claro que pretendem melhorar os resultados alcançados. O prosseguimento das negociações, com firmeza e celeridade, é para já o caminho a seguir. No entanto, para nós, comunistas, há preocupações que se levantam.  O último Comunicado da CT, no seu último parágrafo, refere: «Esperamos que este esforço adicional seja acompanhado pela unidade e sentido de responsabilidade dos trabalhadores da Autoeuropa».
Não deixa de ser preocupante este tipo de linguagem e tudo o que nela está subjacente.  Estar a apelar ao sentido de responsabilidade dos trabalhadores da Autoeuropa quando estes se assumem diariamente produzindo e criando riqueza e não exigir responsabilidade à Administração quando esta é a principal responsável, é de facto muito estranho. 

Nós, comunistas, apelamos à vigilância, porque uma CT é dos trabalhadores e para os trabalhadores, logo a sua posição só pode ser a defesa intransigente dos interesses e direitos dos trabalhadores.

Nós temos direito a ter direitos!

Nós, trabalhadores, somos os que melhor compreendemos o valor da organização. O trabalho numa grande empresa habitua-nos ao espírito colectivo, à acção conjunta e à solidariedade, virtudes que são necessárias não só no trabalho mas também na luta.

Nós, trabalhadores, não possuímos os meios de produção mas possuímos a força de trabalho, que produz toda a riqueza, portanto é justo reivindicar uma parte da riqueza produzida.

São justas as nossas reivindicações e ninguém mais do que nós defende o futuro da Empresa.

Agora o que a Administração tem que interiorizar é que o futuro passa pela manutenção dos direitos dos trabalhadores e das suas condições de vida. 

Perante a situação, a Administração deve analisar os resultados do referendo, assumir a total responsabilidade pelo clima gerado e evoluir para uma posição que responsa aos anseios dos trabalhadores.