Plenários na Autoeuropa foram uma grande resposta

 
Os plenários recentemente realizados na Autoeuropa confirmaram o sentimento de contestação dos trabalhadores da empresa. Foram uma resposta clara de que não se pode continuar a seguir a mesma linha de cedência até que um dia já não haja mais direitos consagrados aos trabalhadores.
 
Duas ideias sobressaíram: que os trabalhadores têm uma vida pessoal, familiar e social; que os trabalhadores não podem continuar a pagar a crise perante os altos rendimentos dos cargos executivos ligados à marca ou ao grupo.
 
O trabalho suplementar acresce de retribuição suplementar precisamente por se tratar de trabalho prestado no horário de descanso do trabalhador, descanso para que este possa desfrutar de actividades sociais, familiares, desportivas, culturais, etc. Daí ter que ser paga com acréscimos porque priva, durante esse tempo, o ser humano de outras actividades necessárias ao seu bem-estar, para além da actividade produtiva material. Aliás, que sentido faz apontar o alargamento da semana de trabalho quando existe uma saturação de mercado?
 
Já em relação aos rendimentos dos administradores da Autoeuropa, continua a nossa pergunta: quais os seus salários mensais, que prémios recebem e outras gratificações, já que foi tornado público que os 5 gestores de topo do grupo VW, em conjunto, somaram em 2008 um rendimento anual de 45,4 milhões de €uros, ou seja, um aumento de 175% em relação a 2007?
 
Em relação à produção, não produzimos mais devido à falta de capacidade da fábrica fornecedora de motores, o que confirma que, também ali, a solução é o seu incremento e não o ataque aos direitos consagrados.
 
O sentimento demonstrado pelos trabalhadores nos Plenários realizados não pode ser ignorado pela Administração e pela maioria da CT. nas negociações em curso.