Já se afinam as armas

Já se ouvem as coronhas das armas e botifarras militares a bater na porta da guerra.

O clima para que a guerra venha a ser aceite ou pelo menos tolerada pela opinião pública mundial está a ser criado e atingir o seu auge.

Começaram por dizer que " fontes bem colocadas avisavam para a possibilidade de um ataque militar ao Irão.

Não tardaram os desmentidos de um porta-voz qualquer do pentágono ou da casa Branca.

Mais rumores da que ensaios teriam sido efectuados prevendo cenários da guerra que querem iniciar.


 

 


Lá veio a Condolezza Rice a dizer que efectivamente tudo faziam para encontrar uma solução diplomática mas que ela perfilhava uma solução militar contra o Irão.

Depois foram os generais que desancaram o Ronald Rumesfeld por este não os ouvir nem lhes dar mais tropas para o Iraque.

Disse um desses altos generais que se haviam desperdiçado".10 anos de cuidado planeamento"devido á arrogância do secretário de estado e á sua incapacidade de ouvir os outros.

Não tardou o inimitável George Bush vir dizer que o Rumsfeld fizera um bom trabalho e que também ele, Bush , queria uma solução diplomática mas não enjeitava o uso de armas nucleares para atingir as instalações do Irão.

Não falta na composição do cenário as reuniões do G8, da ONU do Conselho de Segurança e mais umas intermédias entre estes organismos, nem as diversas tomadas de posição de todos eles, sempre os mesmos por sinal, (EUA, Grã-bretanha, França, Alemanha, Rússia e China)

Tudo peças dum filme que já vimos quando da invasão do Iraque.

O que não vimos nessa altura nem hoje foram as tais armas de destruição maciça que serviram de pretexto para a invasão do Iraque.

O que talvez nunca vejamos será o tal urânio enriquecido que é agora apontado como perigo mas que alguns cientistas dizem poder demorar mais de 10 anos a obter e outros afirmam só ser possível de utilizar para bombas atómicas se enriquecido a 34% enquanto o Irão diz conseguir enriquece-lo a 3,5%.

Mas isso talvez nada importe.

Desmantelada a URSS, conquistado o Afeganistão, ocupado o Iraque, chegou agora a vez do Irão.

Depois talvez (?) a Síria e estará completamente isolada uma das anteriores super potencias mundiais e controladas as fontes de energia em especial o petróleo, vitais para a economia mundial mas assim controladas pelos EUA.

A Coreia do Norte continuará a ser uma espinha na garganta dos EUA que não quererão deixar de arrancar.

A China pode esperar, mas a sua hora chegará.

É lá que está o grande mercado de consumo potencial, será ali que as forças mundiais podem encontrar onde vender os seus produtos em muito larga escala perpetuando a sua existência.

Se um alto chefe militar americano confessa que planearam durante 10 anos a invasão do Iraque acaso podemos duvidar que tudo o que assistimos a ser efectuado de uma forma tão profissional e tão sistemática não está desde há muito planeado?

Mas porque não pode um país ser livre de explorar as suas riquezas naturais?

Porque não pode um país desenvolver a sua indústria como entender desde que não prejudique terceiros?

Porque não pode o Irão ter uma bomba atómica?

E Israel porque não sofreu o mesmo tipo de pressão quando fabricou a sua?

Porque não foi atacado pelas tropas das potências ocidentais?

Que distingue a potencial bom atómica iraniana das bombas similares, americanas, russas, chinesas, indianas, paquistanesas, francesas ou coreanas? Uma ainda não existe, a do Irão, outras já mataram milhares de seres vivos, a dos EUA, eis uma diferença.

Os EUA arrogam-se os papéis de polícias do mundo actuando a milhares de quilómetros das suas fronteiras mas acaso essa sua actuação trouxe mais segurança ao mundo? Acaso a nossa vida vive mais facilitada desde a invasão do Iraque?

Acaso não foi a Condolezza Rice que reconheceu que tinham cometido milhares de erros no Iraque mas que o que importava era o objectivo estratégico de implantar a democracia.

Então porque não actuam assim, na Arábia Saudita, nos Emiratos Árabes, no Kuwait, etc.

Estão preocupados com a violação dos direitos cometidos por Saddam Hussein?

Muito bem aplaudimos com toda a força.

Mas porque não começam por dar o exemplo e acatam as recomendações da amnistia internacional no que se refere ao campo de concentração Guantanamo.?

E por que não deram o exemplo na forma como trataram os prisioneiros nos campos de concentração do Iraque ou divulgam a verdade das prisões e transportes clandestinos da CIA por esse mundo?

Não quereria dizer a toda-poderosa senhora que o objectivo é mesmo dominar as fontes produtoras de petróleo enquanto assume posições estratégicas na região?

Para que precisamos duma policia assim?

 

Temos menos impostos, a vida mais barata, mais segurança, combustíveis mais acessíveis?

 Haverá algo que possa deter tais intentos militaristas?

 

O posicionamento dos líderes iranianos não tem facilitado aqueles que procuram verdadeiramente que a guerra não avance

A cedência do Irão ás pressões internacionais não se avizinha fácil face ao fanatismo dos seus lideres que não se coíbem de a cada ameaça americana responder com outra ameaça de igual calibre quer aos EUA quer a Israel, com demonstrações de força e exposição de milhares de pretensos suicidas e declarações populistas quase diárias.

Ambas as posições parecem extremadas, com uma conduta que lamentamos e que parece conduzir ao pior desfecho.

Só o clamor da opinião pública mundial poderá fazer com que não ouçamos o troar das armas com o cortejo de morte e destruição que se lhe segue de imediato.

È imperioso que as partes se entendam, é imperioso que a paz prevaleça.

O mundo já tem catástrofes que cheguem para manter os seus habitantes em permanente estado de vigília não sendo precisas mais guerras para agravar as condições de vidas da esmagadora maioria dos seus habitantes.

Essa melhoria só será alcançada com paz, harmonia, desenvolvimento e solidariedade entre os povos.