Sobre o resultado do referendo ao pré-acordo
A Célula da Autoeuropa do PCP saúda todos os trabalhadores pela massiva participação no referendo do passado dia 17 de Junho.
Do resultado da votação, mais de metade dos votantes votou contra o pré-acordo, o que significa que a maioria dos trabalhadores rejeitou que, mais uma vez, os seus direitos fossem reduzidos e entendeu defendê-los perante a ofensiva que a administração moveu, recorrendo à chantagem, com a ajuda da comunicação social e de todo um conjunto de fazedores de opinião encomendados para o efeito.
As justificações para esta tentativa de imposição não têm qualquer credibilidade: não faz sentido reduzir o pagamento do trabalho suplementar quando, na Autoeuropa, os custos com os salários, no cômputo geral dos custos de produção, representam apenas cerca de 5%, e as medidas preconizadas no pré-acordo representariam uma redução mínima. Da mesma forma, porquê o trabalho extraordinário ao sábado quando dizem haver redução da produção?
No entanto, o resultado deste referendo não afasta definitivamente o perigo deste recuo nos direitos. A administração voltará à carga, de novo acompanhada do coro dos comentadores, do Governo e das associações patronais.
Os trabalhadores devem exigir da parte da administração uma solução que:
- Respeite e tenha em conta todos os sacrifícios que os trabalhadores já fizeram no passado, com as cedências para defender o emprego, criar novos postos de trabalho e permitir a vinda de novos produtos;
- Respeite e tenha em conta o impacto que essas cedências tiveram nos resultados da empresa ao longo dos últimos anos, nomeadamente, em termos de poupanças;
- Mantenha todos os postos de trabalho existentes (os efectivos e os contratados a prazo), tendo em conta e recordando o compromisso de criação de cerca de 1000 novos postos de trabalho com a chegada do novo Sharan;
- Respeite os direitos e garantias dos trabalhadores e prossiga o normal funcionamento da produção.
O diálogo deve prevalecer entre os representantes dos trabalhadores e administração, mas os interesses dos trabalhadores devem ser sempre salvaguardados.