XIX Congresso – Intervenção da Célula
Um dos traços da intervenção da célula da Autoeuropa foi corresponder às exigências de um período marcado pela intensificação e sofisticação da ofensiva ideológica por parte da Administração da Autoeuropa. Trava-se nesta frente uma grande batalha.
Apesar dos poderosos meios que a Administração dispõe para tentar influenciar os trabalhadores, a célula do Partido é cada vez mais escutada na empresa e influencia os acontecimentos.
E algo na Autoeuropa existe, que pouco é referido mas é incontornável, que é a célula do PCP.
À medida que o Partido se foi reforçando, através do recrutamento, conquistando o seu espaço de acção e assumindo tomadas de posição em relação à vida da empresa e dos trabalhadores, as listas unitárias para os órgãos representativos foram elegendo mais elementos.
A presença do Partido é tão indispensável quanto mais forte queremos que seja a nossa ligação às massas e a identificação destas com os objectivos pelos quais lutamos.
A regular distribuição de documentos à portaria da Autoeuropa é uma das principais tarefas de propaganda que levamos por diante. O Partido tem uma marca distintiva em relação às outras forças políticas, a célula está sempre presente.
A informação da célula é o único contraponto político a toda a informação que é divulgada pela Administração.
«O Faísca» é o boletim informativo para todos os trabalhadores da Autoeuropa, elemento agitador e esclarecedor que leva a todos a opinião da célula do PCP relativa aos assuntos internos do momento e da situação do país.
A célula reúne regularmente e assume o seu papel de direcção, aprova anualmente um plano de trabalho, traça objectivos a todos os níveis e faz controlo de execução.
Definimos orientações, e levantamos interrogações para as quais vamos encontrando respostas no dia-a-dia.
O que deve ser a célula e que objectivos e tipo de intervenção lhe devem ser atribuídos?
Como enfrentar as dificuldades dos horários, contractos a prazo, quebras de militância?
Como organizar nas condições actuais?
Como elevar as mais diversas expressões de solidariedade entre os trabalhadores?
Que relação dos comunistas com as estruturas unitárias?
Não encontramos respostas para tudo, mas já temos a capacidade de nos interrogarmos.
Há uma certeza que nós temos. Para que o Partido continue a ser o partido da classe operária e de todos os trabalhadores é necessário criar um desassossego nas células.
Criar um sobressalto em cada quadro e militante comunista.
Criar um impulso de confiança nos comunistas nas empresas.
Esta deve ser uma batalha de todo o Partido, na qual todos nos devemos empenhar.
O reforço da célula não é apenas um motivo de regozijo para os comunistas. A acção da célula fez renascer a confiança de muitos amigos do Partido que estão connosco nas várias iniciativas, nos convívios, na construção e funcionamento do bar «O Faisca», na Festa do Avante.
Uma célula mais forte está em melhores condições para intervir e é com orgulho que afirmamos que hoje a célula e as suas mensagens têm maior receptividade no seio dos trabalhadores.
Na Autoeuropa já estamos a colher frutos e estamos convictos de que as sementes que lançamos hoje darão mais frutos amanhã.
A actual situação política, económica e social gravíssima, coloca ao Partido da classe operária responsabilidades para responder a esta brutal ofensiva.
Os trabalhadores precisam de um Partido cada vez mais forte, interventivo e essa é a grande tarefa dos comunistas na actualidade.
Viva o XIX Congresso!
Viva o Partido Comunista Português!