VW Autoeuropa: que diálogo?
A Administração deve voltar à mesa das negociações!
A rejeição por uma larga maioria dos trabalhadores da Autoeuropa do pré-acordo entre a Comissão de Trabalhadores e a Administração da empresa traduz de forma clara o grande descontentamento existente sobre as matérias salariais apresentadas.
Nos dias 20 e 21 de Maio de 2021, os trabalhadores disseram claramente “NÃO” em referendo ao Pré- acordo, mensagem essa ignorada pela Administração através da decisão unilateral de pagamento de um prémio, resultando essa ação em mais uma tentativa para levar os trabalhadores a desistirem de reivindicar o REAL e JUSTO aumento nos salários para 2021.
Vale a pena lembrar que durante este período de pandemia continuámos a trabalhar em condições adversas e verdadeiramente excepcionais, tais como o uso de mascara, com o ar fresco e ventilado desligado, a ausência de balneários, com elevados ritmos de trabalho sem se respeitar mix diários, levando a um elevado volume de produção diário, entre outras adversidades que não podem ser esquecidas nem minimizadas no atual cenário. É de facto a capacidade demonstrada por todos os trabalhadores em todas as áreas da fábrica que permitiram e permitem manter os níveis de produção e a Qualidade reconhecida dos produtos produzidos na Volkswagen Autoeuropa.
Por estas justas reivindicações, o PCP apela à unidade e firmeza dos trabalhadores face à pressão da Administração, para que esta volte à mesa das negociações e repudia esta posição intransigente onde e de forma bem clara os interesses de classe acabam por vir sempre ao de cima em deterioramento da justa distribuição da riqueza produzida pelas classes trabalhadoras.
A Administração da Autoeuropa deve assumir como prioridade receber um novo modelo para substituir o MPV em 2022, resolver o problema das peças em falta com o aprovisionamento adequado para evitar futuras falhas e para que sejam montadas nas viaturas em parque e aproveitar a capacidade e a qualificação dos trabalhadores que é reconhecida.
Os plenários anunciados em comunicado pela CT serão um momento para os trabalhadores se pronunciarem.
Aos trabalhadores que ao longo destes meses souberam enfrentar caminhos tortuosos, que se sujeitaram a trabalhar em condições adversas e que em breve entrarão no justo e merecido período de férias, a célula do PCP apela à vigilância, à unidade e luta na defesa das suas reivindicações para levar as negociações até ao fim.