Também tu Alemanha?
De caminho vão aplaudindo entusiasticamente o corteefectuado nos subsídios de natal e de férias, mostrando compreensãoe flexibilidade perante os desejos dos bancários que querem maistempo para honrar os seus compromissos. Esses podem prolongar osprazos, os trabalhadores pagam logo antes de receber o que resta docada vez mais espremido salário.
De pronto o primeiro-ministro congratula-seorgulhoso de que o homem nórdico de olhos azuis lhe diz enquanto lhedá umas palmadinhas nas costas que Portugal está no bom caminho.
Quantas palmadinhas destas terão levado de umnórdico ou não, pouco importa, nas muitas cimeiras em queparticiparam o Sócrates, o Zapatero, o Papandreus ou o Berlusconni?Quantos parabéns não receberam e quantas vezes não lhes terãodito que eram os melhores que estavam a ir muito bem?
Mas a ir para onde se o caminho que nos apontam é odo empobrecimento e se sem qualquer rebuço nos dizem que se osnossos filhos emigrarem isso pode ser muito positivo como o fez oministro Miguel Relvas reforçando o que antes havia dito umsecretário de estado qualquer?
Mas eles saberão mesmo qual o caminho? Alçaramcomo bandeira primeira a TSU e logo se calaram com isso poisreconheceram então que se tratava de um modelo só experimentado nasuniversidades e pouco consentâneo com a realidade da vida. Quiseramacabar com as pontes e 6 feriados e afinal agora já pode haverpontes e os feriados a anular são 4.
Não se cansam de proclamar que renegociar a dividanunca, jamais, em tempo algum, mas negoceiam prolongar os prazos paraa banca em mais 6 meses.
Dizem que em 2012 acaba a crise para logo a seguircorrigirem para que afinal será só o princípio do fim da crise.
Curvas, contra curvas e inversões de marcha nãofaltam no caminho que nos querem traçar. Um caminho ladeado por umaintoxicante e maciça propaganda que nos procura fazer crer que temosuma grande divida soberana e que forçosamente, como se o mundoacabasse depois disso ou como de algum desses especuladores morressede fome no dia seguinte, os países a tem de pagar nos prazos, nosvalores e com os incomportáveis juros que eles impõe.
Arrastam assim populações inteiras para níveis devida que jamais pensaram ter de suportar. Assim é connosco, com aGrécia e com a Irlanda conjunto a que desavergonhadamente passaram atratar por PIGS. Fazem-no agora com a Itália e o nome da Espanha eda França surgem com frequência prontos a integrar o clube mas eissenão quando do Luxemburgo o Juncker vem proclamar que a Alemanha,pasme-se a Alemanha, tem uma divida superior à da Espanha, masadianta, que eles não querem saber disso.
Se até a Alemanha, apesar de não querer saberdisso, tem um divida assim por que nos impõem, e logo eles, ossacrifícios que agora nos apontam? Terão razões e moral para tal?
Terão os povos que suportar estas vontades dealguns em troca de que futuro?
Tem de haver outro caminho, por este os povos nãopodem ir.
Não admira que os gregos tanto se batam porresistir ao brutal agravamento do custo de vida que lhes impõem.
Não admira que os portugueses encham as avenidas e se disponham aparar o país já a 24 de Novembro na esperança que o seu Bastachegue muito mais alto.