Sobre o Acordo Autoeuropa
Tal como afirmámos no último Faísca, a empresa em cada negociação pretende sempre acabar com direitos dos trabalhadores. Chamámos à atenção na altura aos trabalhadores que a administração queria tudo em troca de nada. De facto o resultado do acordo, actualmente e no futuro, na nossa opinião, é negativo para os trabalhadores. Estes vêem um direito reduzido substancialmente em termos remunerativos e claramente prejudicados em relação ao aumento salarial para 2 anos, perante um resultado líquido de mais de 36 milhões de euros conseguidos pela Autoeuropa em 2005.
Tal como também afirmámos, não é da competência da C.T. negociar matérias da Contratação Colectiva. Estamos perante uma ilegalidade, por isso, é um acordo considerado nulo, que qualquer trabalhador, que assim o entenda, pode recorrer judicialmente e a C.T. sabe-o.
Certamente por problemas de consciência no seu último comunicado, a “C.T.” insinua que aqueles que não estão de acordo com a sua política de cedência, são os responsáveis por «políticas que já foram testadas no país e no distrito com resultados desastrosos para milhares de trabalhadores». Esta linguagem é tirada a papel químico de tomadas de posição do patronato em que acusam os trabalhadores de todos os males, mas que são os verdadeiros responsáveis por destruir empresas criar desemprego, enquanto vão engordando os seus lucros cada vez mais e que alguns deles fazem parte do rol das 10 famílias mais ricas do país.
Não existe caso algum no nosso país em que empresas tenham encerrado ou deslocalizado, ou ainda que as crises pelas quais o nosso país tem passado, sejam resultado da contestação ou luta dos trabalhadores.
Já que falamos politicamente, perguntamos à maioria da C.T. se é esta a “esquerda moderna” que defendem ? É que os direitos que estamos a perder são desta geração. Direitos conquistados com a luta de gerações anteriores. Ficarmos sem eles é voltarmos ao passado.
Para nós comunistas queremos deixar claro que todos os trabalhadores podem contar com o P.C.P. nas batalhas do futuro, até porque a administração já lhe tomou o gosto. Para a próxima é natural que queira mais, isto se tiver o terreno propício para o fazer.
Acreditamos que assim não acontecerá porque os trabalhadores que votaram Não e os que votaram Sim, todos eles, mais cedo do que tarde se aperceberão que vai ser necessário em unidade mudar para fazer frente aos objectivos da administração.